Oscar Araripe
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Minha Vida de Pintor / LXXI

Honrou-me hoje com sua visita, aqui no meu estúdio, já com novos vidros coloridos, diante do magnífico pedrão verde e preto da Serra de São José de Tiradentes, o meu amigo o ator Rogério Fróes, acompanhado de seu simpático e inteligente irmão, José, aliás, parecidíssimo com ele. Rogério, ator atuante desde os anos 50, ou 60, é uma lenda viva do teatro brasileiro. Como o invejo! Representar distanciado é a melhor das artes, sem dúvida. Pintar, desejando e sendo ator, e ator também cantor, então, nem se fala. Imaginem um cantor que pudesse chorar e cantar ao mesmo tempo, distanciado das lágrimas enganosas e dos ruídos da rude garganta natural. Rogério Fróes... parece mesmo um ator. Tem o phisique du role, cultivado. ...Conheci muitos atores. São todos assim. Distanciados, cheios de coração. ...Falamos da política, ele da minha modesta pintura -, eu, dos meus tempos de "grande crítico de teatro do jornal grande”, o Correio da Manhã, pois nenhum jornal foi maior que este (quando dirigido por Reynaldo Jardim) -, e contamos piadas do teatro. Como ele, gosto muito de piadas de teatro. E como gosto, e desde já, prometo contar todas que conheço. Uma revelação : Rogério disse que Paschoal Carlos Magno, o grande embaixador brasileiro da Grécia brasileira, sofria, se é que sofria, por dormir o tempo todo. Acordava ao meio-dia e dormia às 18.30. Sugeri-lhe que escrevesse uma peça intitulada "O Sonho de Paschoal”. Ele riu e declinou. Todos iriam dormir - disse. Um dia, contou, Paschoal estava especialmente nervoso e dormiu um ato inteiro de Hamlet...estranho, conhecia esta mesma história só que com o tradutor mineiro, shaskespearianíssimo, Francisco Pontes de Paula Lima. Minha versão, mais antiga, ouvida de Maria Fernanda e confirmada por Sérgio Cardoso, diz que Paula Lima, que fazia uma figuração de um guarda do Rei (melhor ainda que representar é figurar, pois se reina melhor), estressadíssimo com as responsabilidades da estréia, em papel tão relevante, e em havendo lá um grande cesto de palha, meteu-se nele e dormiu... Maravilhoso! Um soldado do Rei que viveu Ali Babá, morto de sono num cesto de palha...notável. Nem Maggie Smith, nem Marlon Brando, nem Mastroiani, nem Gerard Phillipe, nem Othon Bastos, nem Milton Ribeiro, Sérgio Cardoso, Cacilda e Fernanda, nem mesmo Maria Fernanda tiveram esta maravilhosa glória de representar dormindo e morto a um só tempo. Grande Paschoal, ou grande Paula Lima. Grande ambos. ...José Froés, o irmão de Rogério, então, tentou me provocar lembrando da famosa Greve do Teatro, e em tom brincalhão, perguntou-me se tinha sido eu ou a Maria Fernanda, ou mesmo a impulsiva Isolda Cresta a provocar a inusitada greve, que, diga-se, espantou os militares e o mundo, pois desde a Grécia antiga, onde os atores comiam com os reis, nunca os artistas do teatro tinha feito uma greve. Nem na França eles fizeram greve. Foi a primeira e única greve de teatro do mundo. Mundaníssimo feito. Bem feito e em cima do AI-5. Bem -, lembro-me que quando chamei o ministro de fascista, ela, Fernanda, que era educada e madura, espantou-se deveras. Mas não me censurou. Lançou-me tão-somente um olhar 3x4, muito surpreso e petrificado. ...Rogério comentou que Tennessee Williams, o autor de A Streetcar Named Desire, era vivo quando sua peça foi censurada pela ditadura dos militares do AI-5, e que teria dito que finalmente alguém tinha reconhecido o caráter político de sua obra... mas, ainda hoje fico procurando qual. Na verdade a peça foi censurada por um acidente de tradução, a saber, o ter traduzido Brutus Pedreira, o tradutor, bruto (rude) por gorila. E gorila, como se sabe...era tudo que os militares não queriam ser nem ouvir, nem eles nem os gorilas, que também imagino não o queriam a eles serem comparados. Tal era o clima. Histórias do teatro:... gosto muito, especialmente as dos iluminadores, as da coxia (conto depois). Um dia, disse pra ela : "Veja, se aquele seu Governador negro-corvo entrar aqui no seu camarim para lhe conquistar, quero que lhe mostre o caminho da porta e dê com o ramo de flores que ele vai lhe dar na cabeça”. Ela cumpriu direitinho. Jamais pensei. O problema foi que o conquistador suplantou o Governador e ao invés de um singelo ramalhete ele encheu nossa suite de rosas. Senti-me morto de cheiros, entre as flores que não me eram. Mas, ele nunca mais voltou. Ainda bem, pois naturalmente, sem que o quisesse, era-lhe duplamente oposto, na política e no amor. Dizem que queria tanto ser dramaturgo que o trocaria pela presidência da República. Não sei. Prefiro esquecê-lo, e lembrar Fróes -, que lembrou que Carlos Lacerda, de fato, aspirava à dramaturgia. Mas não creio. Políticos precisam se fazer de inteligentes e artísticos, embora Lacerda o fôsse com certeza ambos. Foi seu derradeiro comentário. Depois o vi descendo a Ladeira da Matriz até os Quatro Cantos, quando entrou, ele e José, seu elegante irmão, na Rua Direita, e os perdi de vista. ...talvez tenho sido teatro, nem tenha existido, só acontecido - pensei. A realidade, a cor do teatro. Tudo se dissipa. Chega Abril e Tiradentes mergulha na fumaça da névoa matinal, antes das tardes coloridas de terras, cials, dourados e brancos a terminar com um grande dia, que faz-me chorar, pois já passou.
A Casa Azul do Quadrado / Trancoso / 1999
Outra agradável surpresa foi o convite da gentil secretária do IPHAN de Tiradentes, dona Cidinha, para um ciclo de palestras promovido pelo Instituto Histórico e Geográfico de Tiradentes, que está fazendo 70 anos, com palestrantes como Sérgio Rouanet, Anna Parsons, Luiz Cruz, Lucy Hargreaves, Myrian de Oliveira e Isabel Câmara, esta ainda dirigente diretora do IPHAN, e outros que citarei avante. Agradeço, não declino, mas preferia que fosse um debate, ou um fórum receptivo às participações, com direitos de decisões, principalmente dos proprietários e moradores dos bens tombados pelo IPHAN, e que pudéssemos trabalhar juntos, ou melhor, sermos reconhecidos como partícipes do esforço de manter em pé e viva a cidade, com representação e voto (vá lá). Duvido, estatisticamente, pois que foi por acaso -, que alguém tenha palestrado mais Tiradentes do que eu. Digo isto por que não sendo convidado a palestrar, não me senti excluído, já que ninguém palestrou Tiradentes mais que eu. Ao Sérgio Rouanet, meu querido amigo e vizinho, com o qual tenho rido e aprendido tanto, digo-lhe, com todo carinho e admiração, que devia convocar toda a imprensa e dizer que já não suporta mais a má utilização e congelamento da lei de incentivo à cultura que leva seu nome. Tudo bem, antes ela que nenhuma, mas, devia exigir que retirassem seu nome da lei, salvo se o Governo a mudasse, permitindo (e em certos casos até obrigando) às pessoas e firmas a descontarem 10% do imposto devido, direto, para o agente da Cultura, mediante simples anotação no imposto de renda, a ser comprovado, quando fosse o caso, pelas promotorias públicas (e privadas). E também uma tabela progressiva; ou seja, quem desse mais ganharia mais. Enfim, botar as padarias, mercadinhos e mercadões, as lojas de materiais de construção, enfim, botar todo mundo patrocinando a Cultura. Mas, que iluminada palestra a sua. O Iluminismo. Iluminismo era o evolucionismo da arte, origem dos genes e memes e artens (Mais comentários abaixo). Já ao Patrimônio, eu diria o tudo já dito, e que poderia ser resumido num epíteto: Medalhas para nós, que estamos salvando o patrimônio nacional, dia a dia. Além de sermos o IPHAN, somos sua intangibilidade. Ora, onde posso exercer a minha intangibilidade, senhor ministro? Paulo Sérgio Rouanet, se Lula fosse eu, você devia ser novamente Ministro da Cultura, até porque seu tempo foi muito pouco, devidos ao impedimento do Presidente Collor. Mas, enfim, não há de ser no céu que seremos intangíveis, de modo que gostaria, por ter vivido nos últimos 35 anos em sítios tombados de três estados brasileiros, e por tudo o mais, ser convidado para decidir, senão pela bela cidade de Tiradentes, por minha casa, ou Fundação ou Projeto. Enfim, falta democracia no IPHAN, na Prefeitura e em quase todas as organizações. Como se vê é a velha história: se você admite um ser superior admite ao mesmo tempo um inferior. Daí o dinheiro, a religião, seus horrendos crimes. Servir ao povo -, dizia Mao Tse Tung. Estética, faltaria estética, diria eu, se debate houvesse. Mas, quem debateria o Iluminismo com o Rouanet? Quem polemicaria com o Basílio da Gama da segura Anna Maria Parsons? ou saber mais sobre os muros e quintais, vigas, telhados, suas intangibilidades físicas e subjetivas, que o IPHAN? Talvez nãos estejamos tão desunidos quanto pensamos e tudo não passa de má democracia, e que tudo que precisamos é de um blog. Um blog-forum / Tiradentes... A arte, como os genes e memes, copia e replica, mas também cria a cópia e replica a novidade, cada um a sua maneira e independente. Seus desenhos se ajustam perfeitamente à criação do universo. Através da imaginação e da intuição a arte prevê e provê a vida, sua ciência e pensamento. Mas, o que ilumina tudo isto? As cores? ...mas as cores não valem nada, são luzes do dia em que o sol brilhou outrora. O sol que outrora brilhou. Brilha agora! Arte para acender o Sol, povoar as luas, consertar a Terra.
Mas, comamos antes, e pensemos no nossa Fundação, no que tange aos recursos, estes lentos guindastes. Não gostaria que nossa Fundação mendicasse e que tivesse que gastar sua energia erroneamente na obtenção de recursos pelos tesouros enterrados, ao invés de se concentrar na magnificência dos sentidos e propósitos de sua existência, na execução dos seus  projetos. De modo que gostaria que fôssemos muito bem resolvidos neste particular, ou seja, que tivéssemos uns dois ou três benfeitores, e para sempre, e só, e que preservassem a nossa independência e a liberdade, já por nós conquistadas, dando-nos carta branca. Assim, não penso na Cemig nem na Fiemg e nem na Petrobrás e muito menos na Prefeitura de Tiradentes. Penso na Alemanha, na Inglaterra, nos meus suportes de lá, na Rockfeller Foundation, na AUI, a antiga e a nova associação de ex-bolsistas de Harvard, e no meu imaginado e cortejado Príncipe das Astúrias. Penso mais neles que no Papa, nestes tempos sem papas e com muitos artistas de papas -, tempos mascarados, secretos, onde rareiam os banqueiros e os grandes colecionadores de arte. Burras, as instituições, quando compram, compram bostas, misturadas no capim, na grande maioria das vezes. E me apresso em dizer que já temos uns doze perfeitos parceiros possíveis para a nossa Fundação, de onde tenho que escolher três. Nossos três escudeiros. O primeiro, dei-me conta hoje, é um casal amigo, ambos muito inteligentes e simpáticos, e que me compraram três lindas telas. São do café, e eu vejo um grande sentido pintar os cafezais do sul de Minas, onde eles tem uma fazenda. Pintei os parreirais do centro da Califórnia e não pintei (ainda) os cafezais do Brasil, e digo que meu interesse plástico reside no fato de possuírem ambas as paisagens, o parreiral e o cafezal, uma geometria encantadora, ótima para a pintura. No caso das vinhas é como se as alamedas se abrissem ao infinito. Nos cafezais, delicio-me com as curvas pelos morros, o barro que a paisagem ganha e a simetria sensual e agradável nascida daquelas ondulações práticas, vitais, evolucionistas. Plantava-se café assim, colhia-se uva assado. Eles, os meus modelos de suporte, são de nascitura alemã e gostam muito do Brasil, e recuperaram uma linda e antiga fazenda de café em Santo Antônio do Amparo, lá pros lados de Varginha. Tenho muitos quadros na Alemanha e com os alemães. Minha trilogia literária Maria, Marta e Eu  faria um grande tradutor alemão. Aos alemães sou-lhes muito grato pelo magnânimo convite de me mostrar a Alemanha, 12 cidades, em 1974, com tudo pago. Jornalista convidado. Hoje teria vergonha. Naquela época achava glorioso. E deve ter sido mesmo, pois me foi muito prazeroso e culturalmente informativo ter conhecido a Alemanha dos teatros recém-inaugurados, lindos, acústicos, automatizados, ainda que o Berliner Ensemble, do outro lado do muro, ainda fosse o melhor. Um dia, em Munique, após almoçar um alce, cevado à cerveja de malte escocês, caríssimo, reparei duas mocinhas sentadas na mesa ao lado, que alternavam uma animada conversa em inglês e alemão. Esta, eu não sabia o que dizia, mas a outra, a do inglês, dizia o inacreditável. Pareciam ser de outros planetas, a que falava inglês de Júpiter e a que falava alemão de Vênus. A de Júpiter disse que tinha adorado Varginha. A alemã sorriu e concordou com a cabeça. Ambas tinham estado em Varginha. Estupefato, larguei o alce e esqueci todos na mesa -, ao que ouvi esta frase: "Em Tiradentes os nativos usam chamar os de fora de ET, você sabia?” A outra, a alemã, disse que sim. "Lá existe um pintor chamado Oscar Araripe, que numa entrevista (querendo rebater a xenofobia dos que tachavam os de fora de Extra-Tiradentinos, os Ets) disse que em Tiradentes não tinha ET”. Que ET era em Varginha. Será que ele sabe de alguma coisa?- ela concluiu, perguntando à amiga. "Não sei nada!” Tive vontade de gritar, mas seria insano. Refreei-me, e voltei ao alce. ... Mas, como esquecer o sorriso das duas, ao saírem, passando por mim. Lembrei-me de meus tempos de internado em Barbacena, no hospital dos loucos das doenças mentais, por 3 meses. Uma troca que tive que fazer com os militares meus captores -, ou cadeia ou hospício. Preferi o hospício. Um dia, já no final, veio uma psicóloga deliberar numa entrevista se alguns internos poderiam passar o Natal com a família. O colega da minha frente, metido a esperto, disse que se sentia muito bem e que não tinha problema nenhum soltá-lo, e que, enfim, ele estava curado. Podia até não voltar. A psicóloga, na hora, o incapacitou. Eu, ao contrário, disse que tinha melhorado um pouco, mas que a internação havia me feito muito bem, mas, frisava, não queria perder minha vaga nas sessões de psicoterapia... e ela me liberou. Pro Natal e do resto da internação, de uma vez. Foi lindo. Jamais vi paisagem tão cênica na estrada de Barbacena, na volta a Tiradentes. Verdes esperançosíssimos, amarelos vangoguianos, aves, pássaros e passarinhos. Mas, nunca mais quis ser preso. Estava farto. Com a de Barbacena, já foram três. Uma pela Democracia, uma pelo Amor, e a outra também pela Democracia, digamos, ainda que tenha sido um pedido do Brigadeiro Araripe, que era Ministro, e meu tio, para que me internassem por estar lutando pelas liberdades democráticas contra seus soldados, ou seja, por ser "comunista". Logo eu, que me posicionava à esquerda dos comunistas, como podia ser comunista? Eram primitivos, confundiam a pessoa com o indivíduo -, ou seja, combatiam o bicho errado e matavam o bicho certo. Era difícil também, muito difícil, aceitar a hierarquia, sendo-se um artista, mesmo que nato, era difícil engolir aqueles senhores e raras senhoras que ao invés de ficar em casa à noite, iam para as reuniões dos diretórios dos partidos, onde na verdade estava o poder. O povo parecia não ter sido convidado para a festa. Ora, irritáva-me aquele sistema eleitoral de falcatruas, a plutocracia deslavada, de jogadas e jogadinhas sórdidas, e que só se prestavam aos mais furbos... e aqui eu tinha uma teoria: eram pessoas infelizes em casa e que arranjavam a desculpa da política para fugirem das mulheres, das esposas e das amantes, pobres mortais que eram, maridos e amantes de mulheres chatas. Era a regra. Ganhavam as eleições e antes mesmo da posse já se estava de mulher nova, mais bonita e mais vistosa. Uma democracia que não me permitia sua prática, por simples aversão. Melhor, muito melhor era o governo do poeta, onde inexistiam os candidatos. Pois como um poeta candidato? Por isso engavetei Promeu, o que Amazoneu, por mais de vinte anos. Por isso engavetei O Docodema, o Governo do Poeta. Auto-engavetado eu, artista brasileiro.
... Imagino que tenha sido preso por isto. Nunca me candidatei a nada. Minto. Candidatei-me como o mais citado Araripe no Google, mas por pura vaidade. Sim, lembro-me mui bem, caro primo Paulo Coelho, do nosso tio José Braz, o inventor da casa de veraneio de quartos móveis (para receber os parentes nas férias) e que eram armadas e desarmadas em função de quantos parentes tivessem vindo. Inventou - e há provas disto nos arquivos da GM, o carro automático. Se tivesse suportado a relação com a GM teria sido um dos homens mais ricos do mundo, pois a GM lhe reconheceu a autoria e a patente. José Braz preferiu receber 10 mil dólares de uma vez, esquecer a GM e com o dinheiro viajar pelo mundo. Um Araripe de valor. Morava em Araruama, de frente pra lagoa, onde pescava camarões e tainhas. Parecia um homem salgado. Daquele jeito dos Araripes originais do Ceará, rosto curtido e marcado de sulcos, como o de meu avô Cacá. Grandes tios, grandes avós. Um dia meu avô Oscar de Alencar Araripe recebeu na Tijuca a visita de José Braz Araripe, que tinha mais ou mesmo a mesma idade dele. Pareciam irmãos. Meu avô o levou a biblioteca e mostrou-lhe sua correspondência com José de Alencar, Rui Barbosa e Getúlio Vargas. De José de Alencar ele procurava por originais que pudesse publicar em Lisboa. Rui, lhe admirava a coragem e a clareza de pensamento e de Getúlio incensava-lhe a glória de ter pensado na proteção dos trabalhadores, que até então valiam nada, como aliás continuam valendo. Pois bem. José Braz disse-lhe que admirava em Alencar a coragem de se proclamar brasileiro, num tempo em que se chamava garção de garçon, e nem existiam ainda os garções, caprichando nos sotaques. Rui, para Braz Araripe, era um político sagaz, que tinha ficado com as mobílias da embaixada brasileira de Haia, aproveitando-se da coincidência de terem um RB (República Brasileira) gravado nas encimas, que ele, quando deixou o cargo, dizia serem suas iniciais, e as trouxe para casa, no Brasil. Getúlio, era um político ainda pior. Negara-lhe a patente do câmbio automático, que os americanos tão generosamente aceitaram, e pagaram. Antecipadamente. Braz Araripe saiu pelo mundo com o dinheiro da GM, como disse, que à época era uma pequena fortuna. Conheceu a Paris dos Anos Loucos, a Europa das fortes identidades culturais, os cafés de Roma, os vinhos da Toscana e da ilha de Elba, as estufas da Inglaterra e o gênio alemão. Europa meu amor, ele dizia, pescando bagres em Araruama.
Roma. ...Ninguém amou Roma mais que eu. Andei de bicicleta, a pé, de Fiat Bertone (vermelha) pelas ruelas e arredores de Roma. Encantava-me em especial a Piazza Navona. Que surpresa! Uma praça daquelas com uma embaixada do Brasil dentro, pura fantasia!. Surpresas por sobre surpresas. Comia uma pizza à noite entre camponeses que vinham estudar em Roma e depois ia visitar o Murilo Mendes. Ele estava sempre de terno. Já eu usava umas botas de cow-boy que havia comprado na Feira de São Cristóvão, no Rio e que não causava nenhum furor, exceto desplante e extravagância, pois assustava os jovens romanos. Alguns, é claro. Outros eram ainda mais extravagante que eu. Falarei a vida inteira de Murilo Mendes, nobre poeta brasileiro, Adido Cultural de fato (embora nunca tenha sido de direito) do Brasil na Itália. Não, não lembrarei os jovens estudantes ricos da Pro-Deo. Frequentei só uma única aula da bolsa que ganhei deles, só  voltei lá uma vez, para dirigir um show do Chico Buarque e o Sérgio Endrigo... mas, lembrar pra que? Toda extravagância, exceto a das estrelas, deve ser esquecida. Prefiro me lembrar dos maoístas. Levavam as crianças para as passeatas e concentrações, e era lindo ver aquelas carinhas tão lindas ostentando um pôster do Presidente Mao. Desgraçado pelos americanos, pelos europeus, Mao, hoje, parece melhor de olho que razão. Naquele tempo, da Roma de João XXIII, a China ainda não era esta potência de hoje, capaz de consumir todo o ferro do Brasil. ...Maoístas de Roma. Perdida Roma, achados maoístas. Pobre Brasil ferrado e desferrado.
Pintar. Voltar a pintar. Repintar. Penso nas cores, mais que em Mao. Gosto delas, mas não creio que sejam a essência da pintura e muito menos a pintura. É errado achar-se que a pintura é feita com cores. Nada disto. Prefiro problematizar o desenho, por exemplo, a dar-lhes este crédito. E apresso-me a dizer que também não creio ser o desenho o que limita os espaços. Antes mesmo da feitura das cores, que em verdade são fáceis (e fascinantes, e hoje mais que nunca), antes mesmo do desenho, que é a matéria do desejo, existe a arte, o domínio do campo. Algo bem natural. Cruel como a natureza, a sua grande criação. Pois é; é  no desenho que se vence um quadro. As cores, sua inexistência, dizem respeito ao talento que tanto enobrece as tintas, fazendo-as ganhar o sentido vivo da vida. ...assim, diante das cores, vivas como libelos liberados, fico imaginando um mundo sem o dinheiro e sua inominável pressão religiosa. Sobre tudo, sobretudo. A Arte? Seria fazer do dinheiro pintura. Nada mais artístico, realizador. A pintura incapaz de substituir o dinheiro não passa de um morto mal afrescado. Há de se ir aos limites e diante dos perigos, brincar. Brinco de louco, mas não vivo a loucura. Jésus (com acento). Ele viveu. Eu apenas senti solidário o que Jésus (assim mesmo com acento) sentiu, menos o imenso que ele viveu. Jésus é ferreiro habilidoso, que esteve a me ajudar a fazer uma parreirinha para as sementes de uva que devo mastigar, para me fornecer os radicais livres (eu, um radical livre carente de radicais livres) que me curem a perna. Falou-me do "sossega-leão”, um injeçãozinha de apenas 1 ml, capaz de reduzir o interno a uma "impregnação” de três dias, quando os joelhos nos forçam as pernas para dentro e os braços arcam a coluna até a cintura. Falou-me também do "berço”, uma espécie de sepultura viva, ou seja, uma gradinha de ferro (artisticamente trabalhada) que formava um berço onde o ser era metido, olhando pra cima. Então acochavam o doido doído até os ombros e abaixavam a tampa de cima, que lhe chegava rente ao rosto, imobilizando-o. Por três dias ficou ali, imobilizado, olhando nada. Ele, não eu. Eu, que sou artista, não louco, e que ademais esqueço tudo. Mesmo tendo integridade psíquica. Mas, ainda a tenho? Até que ponto ele não fui ou ainda sou? Ou seja, a pintura pode mostrar tudo, desde que pintada de olhos fechados. Fechemos os olhos e pintemos, pois. Às vezes fecho os olhos. Às vezes os abro. Pinto sempre e pisco muito. Congraço e arregimento. Sempre vale a pena. Bem, a maior parte da minha vida sofri pressão profunda. Pressão dos egoístas, pressão dos incapazes, pressão dos ricos e pressão do dinheiro. Fui pressionado pela esquerda, pela direita, pelo centro. Havia sempre uma tampa por cima. Um padre. Credo, devo ter enlouquecido sem saber, ou sabendo, pois na verdade consegui muito pouco dinheiro. Só agora tenho uma brastemp, e um fogão, também brastemp. Trabalhamos sábados e domingos, ficamos abertos mais que todos (eu declinei em ser um pintor granfino), mas parece que isto já não conta muito. O que conta é o dinheiro, suas libertárias antíteses já não valem nada. Difícil o dinheiro, difícil. Está concentrado, e ao que se sabe, 1 milhão mais 1 milhão é bem mais que 2 milhões. De modo que os senhores imaginem a raridade do dinheiro. Parecia se esfarinhar nas obras, sumido e sendo e tornado sempre mais invendável. Era como ruínas... e assim caminhava o dinheiro. Já a liberdade, a desavergonhada vontade, era matéria da consciência, não se aprisionava, nada a possuía. Diferente, portanto, da Petrobrás. Ora, como eu, poeta e guerreiro, pacificador de todas as coisas, como eu, líder estudantil sem ser candidato, poderia me candidatar a um apoio da Petrobrás. Ora, ora, jamais. Tomara que nos dê, pois senão babau cultura!
Às vezes penso que devia desistir da Fundação que estamos criando e que leva meu nome. Com isto, teríamos uma casa maior, eu poderia enfim ser "un grand peintre”, e ia ficar em casa tomando chá e esperando os granfinos. Uma vida maior, bem maior. Ia poder mostrar meus quadros melhor. Ou seja, ao invés de abrir, melhor seria fechar. É pena, mas nunca fui assim. Impregnado do sangue de Tristão Araripe, sempre gostei do povo (mais antes do que hoje). De modo que, tenho pensado, ao invés de uma Fundação, é melhor um Projeto. Não seríamos velados pela Promotoria Pública, aliás, diga-se, que tem muito mais o que fazer. Seríamos mais livres, e desde sempre o seríamos. Um Projeto. Exatamente como a Fundação, só que não uma Fundação, ainda. Tão somente um Projeto Fundação. Uma ação integrada. Três amigos que virariam mil. E mil milhões. PF. Decidido. Vamos chamar nossa Fundação de "Projeto Fundação Oscar Araripe". Ou seja, agiríamos como uma Fundação, mas na realidade seríamos uma ação integrada artístico-cultural de interesse social. Seríamos um Projeto, um eterno projeto, sempre vivo, se possível.Três bons apoios de três bons amigos e pronto, o resto nós temos. Quando estivermos funcionando bem, como uma boa Fundação, aí então, se for o caso, mudaríamos o Projeto para Fundação. Assim, dispensados do velamento do Ministério Público, não perderíamos tempo com as burocracias, com as prestações de contas (de que dinheiro? O nosso é um Projeto sem recursos) e poderíamos funcionar com o Projeto Fundação, já. Enfim, pensei muito bem esta questão. Não gostaria que o nosso trabalho ficasse amarrado, e que perdêssemos nossa independência e liberdade, tão duramente conquistada e tão constantemente negada.
Um Projeto que reconquiste cada momento, tirando dele mesmo suas forças. Somos mais fortes do que parecemos. Há sempre um grande resto de força no fim dos desejos. Um Projeto Fundação tem mais a minha, a nossa cara, parece uma idéia nova, mais humilde, mais livre.
Sim. Temos andado, eu e Cidinha, muito ocupados. Fim de obra e começo de vida, com filhos e tudo mais, depois de 5 anos fora de Tiradentes. Quando penso vejo o desatino. Deixar meu estúdio, esta casa tão especial nesta cidade tão linda (mesmo com este chuvaréu de aquecimento global), como pude? Só por causa de um punhado de dólares? Em troca de umas marinhas? ... bom é pintar marinhas. Bom e fácil. É tudo mar. Montanhas como mares, ondas de areia no deserto de solidão marinha. Era. Era tudo mar, areia. Sísifas rochas, peixes pra que? E mais que isto, creio ter sido um encantamento que me reteve por 5 anos na Cidade Histórica de Porto Seguro. Um dia, você anda de olhos tocados e de repente vê um farol e um lugar. O que haveria de melhor para um pintor como eu, que escreve pintando e pinta escrevendo?....Assim, resolvi (eu tinha mesmo que) ganhar uns dinheiros, morando por lá, e pintando umas marinhas, outros jarros de flores, outras águas e céus. Enfim, pintei e tolamente vendi quase todas as telas. Pinto ainda, ainda vendo marinhas, afinal, fui menino de muitos mares, em Ipanema, Coroa Grande, Paquetá, Niterói, Angra dos Reis e Ilha Grande. Vi muito mar. Até nas montanhas. De modo que posso pintá-los de olhos fechados. São todos arquétipos, mineral ou vegetal. Diferente das montanhas, maduras mesmo nas turbulências, o mar é jovem, inquieto, cheio de humores, barulhento, móbile. Nele, nem se precisa navegar. Tudo desfila imóvel quando se está imóvel. E o mar passa. As montanhas passam; imóveis como um projeto. Ad aeternum para sempre.
Pois bem. Ontem assisti aqui mesmo em Tiradentes, com Cidinha, a memorável palestra do Ministro Sergio Rouanet sobre o Iluminismo no Brasil. Rouanet, o Sérgio Paulo, como disse antes, é infinitamente melhor que a lei que leva seu nome. Tem um humor fino, não tem retórica, empolação ou vacilação, sendo mais um "dizer” que uma pronúncia, mais um livro que uma palavra. Sabe muito, profundo. Explicou com a clareza que jamais vira, porque no Brasil as nuvens não se chocam; ou seja, porque aqui como em Portugal a Ilustração adotada só servia para permitir mais conhecimento e poder à classe dominante. Portugal e o Brasil, portanto, não foram anti-clericais nem regicidas, como os iluministas europeus, ainda que ao tempo, como hoje, pululem os desafetos dos reis e dos padres. Brilhante também sua grandeza ao prever um possível diálogo com as religiões que se adaptassem aos novos tempos (torço para que esteja errado), ainda que algumas delas ele mesmo, ainda mais brilhantemente ainda, tenha chamado de "religiões infantilizadas”. Já desconfiava. Como eu, ele não gosta de Napoleão, um traidor sistemático, como dizem aqui em Minas, terras sem loucos, sem malucos, sem tan-tans, mas repleta de sistemáticos. Foram momentos muito agradáveis. Tanto pela conferência como pela conversa que tivemos no hall do Centro Cultural, onde rimos bastante e tive a oportunidade de corrigir e explicar melhor minha pergunta. Refiro-me a que fiz, quando sua aula, mais que magna, acabou. Ou seja, expliquei-lhe que minha pergunta, ainda que tivesse sido proferida num ambiente pouco convidativo, intencionava, além da esperança de ouvir a coisa nova, aproximar o Iluminismo da nossa contemporaneidade, já que como ele mesmo disse, este era intemporal -, daí ter lhe perguntado como "enquadrava" o iluminismo no neo-evolucionismo, já que a bola do anticlericalismo, por exemplo, entre outras, estava hoje com estes últimos, que mais que anticlericais eram anti-deístas-teísta-e-agnósticos. Pena, como disse, estes ambientes não serem convidativos ao debate não antagônico, ainda que não estou aqui para cuspir no prato que me deleitei. Mas, faltou debate e mais que isto um convite para o debate, um propiciamento, um chamamento. Enfim, faltou arte. A ciência da subjetividade, a subjetividade da ciência...ou seja, a natureza avita.
Faltou a natureza avita. Mas, ainda assim, foi tudo muito lindo e desejo longa vida aos seminários em Tiradentes.
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