MARTA,JÚPITER E EU
- E que o meu finar os faça amar! - Júpiter retrucou; ainda que cético - e o dizendo pra se salvar:... o casamento, a euforia altista e ela lhe por cerco - ... e ah! Que melhor parar - pois fugíamos, e a pele se nos eriçava e canoávamos pelo arco-íris e vertiginávamos na cama ou então ah! Que se podia; o corpo a se comer... e pois o esperamos. E rufaram os malcredos; mas o passaroco levou o recado em harpa reta e vôo cheio:... ali era novamente aqui - dizia; só que sem militares. E assim o brindamos - com água, e da boa, o fértil acontecimento - ... e estas eram as justas questões que nos sacudiam e andavam a nos avançar assim em Júpiter como no ar; pois que havia um cais e um encontro, certos como nunca -; e o que nos restava? Bem; o chá - ela disse: você não vai bebê-lo? E se disse na Grécia de Jerusalém -, e explicou: o rio Encantado o queria vivo: casinhas de qualquer cor, árvrões pelo margeado e tudo então folheado e a água lhe nos olhos sãos -; a alegria - ... e chorava e rejuvenescia e pensou que o amasse ou que ele atirasse porque morto ... mas qual? Matara de medo - apenas viu, atirou: duas marteladas e o horror; uma lhe ofendendo o dedo, a outra lhe varando o estômago e o reto -: apodrecia...! e até Júpiter se espantou. Nunca pensei - disse; pudesse sobreviver. E de um lado era ele, afoito, querendo puxá-la; e de outro o que não via mas amava - e se justificava: ... mas não, não fora sempre assim? Ah! Essa siderurgia a lenha; você sabia? É; num tempo que se abria ela de fumar deixaria ... ah! e os homens se aproximavam -; e em julho veria o semestre e agosto como seria? Março dizia? Ah! A onça morria ... - ela e sua origem fula -, é; fugira do circo e se selvagizara nas divisas do Paraná com São Paulo e se atocaiou e resistiu a gás, cachorro, água, pedra, pau, barulho e fogo - e que dois tiros, por fim, a mataram. Odiava onça - ele confessou; e Marta lhe mostrou as garras de marfim e as presas de touro e os olhos fechados e morninhos. É; e havia os que a vestiam - foi; e sonharam com o casaco de peles; é; daí que se corromperam e tiveram tanto frio que já nada os acasalou; depois, o que melhor que o algodão? - ponderou. - Mas o que via? - insisti. - Pouco - via pouco; ela disse; mas nem ela nem o marido podiam viver com aquelas bombas -; assim que pedia a paz; e o pedia por eles, e completei dizendo que a beijava e o sol. Bem; ele dormia ou fingia e ela se aproximou. Ele nem percebeu ou quis; e a deixou tocar ... os lábios na cara apartalhada. E por um segundo os deixou - e se revelou ou morreu ou o marimbondo o mordeu - mas gostou. Dali era um gato; de lá um rato - e o maracujá aos poucos deu e o mamão veio; e Marta suspendeu a ponta da saia e dançou, as pernas lhe rosas e palmitais!... e não é que as via? Bem; agora via: ela me esperava, se desesperava; me amava e me amamentava... e me era ovo sem gala -; e, vestindo escarlate, puxava um fumo, tomava um chá de chapeuzinho com saia-branca e ia ao teatro -, onde se levantava e aplaudia a cena aberta; representando, mas ensaiando, se esticando, pondo, cantando, chocando, se empenhando - e trepando ... consigo, e não com Júpiter, que era um solzinho de nada - ainda explicou; a si, que era o norte e o nordeste e tinha a boca ... e só sabia o que? Talvez não acreditar - ... ah! Por séculos a Grécia e o Ceará foram assim: boca a boca, viu? E então ele boiou inerte, os pelos e as peles - bem; faz quanto? Quando? Há duas horas - ela respondeu; ou seja, ele morreu às 21:30. Tinha um pouco de juvência, não chegava a ser impúbero, mas faltavam-lhe pelos; era amarelado e estragado e nem era o fruto e o que dizer a flor -; e também não era a dor - mas matava e ela gritou: Canalha! - e o trincou; e o dente sentiu e doeu mas ela repetiu: Canalha! - e o reverberou: ... amava fulano; amava nada, mamava; comia sicrana e dedava beltrana; dedava nada, se aborrecia. Gostava mais de cachorro - dizia; gostava nada mandava ... mas não em mim, o tesão lhe de macãs doiradas, e uma em cada nádega, e um pau que era um coloso e que ela chupou raso e no pescoço; engasgando, sorrindo, rindo! |
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