
O meu sonho foi pintar um tarot que tivesse a imagem do outro tempo e que fosse libertário ao extremo de superar as erudições da velha cultura e anárquico ao ponto de poder ser usado como puro talento.
Eu havia justo concluido uma trilogia literária de uns bons 30 anos de intenso labor, quando, já pintando, um belo dia, inesperadamente, uma bela maga me mostrou pela primeira vez os 22 Arcanos Maiores do Tarot (de Marseille). Imediatamente, a idéia de um livro de imagens, um livro por assim dizer "calado", me arrebatou - e eu o pintei em 20, 22 minutos; o arrumando conforme os pontos cardeais e o dividindo em 7 Cartas Celestes (barra e fundo azul), 13 Terrenas (barra e fundo preto), 1 ligação (Le Diable) e 2 fora do baralho (O Enforcado e O Louco).
É claro que eu não tinha, em exato, a idéia do que estava fazendo - foi tudo muito espontâneo e rápido; e só aos poucos fui percebendo que quisera das velhas imagens a mais antiga e primeira e que pudesse ainda viver a substância comum a todos os seres; de modo que as coisas alquímicas pudessem se realizar sem grandes espantos.
Assim as cartas não mentiriam jamais - e as pessoas poderiam até deixá-las. Por puro talento.
JOGAR CARTAS
Tarot
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